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domingo, 21 de setembro de 2014

Os desafios da ação policial nos grandes centros urbanos

(fonte da imagem: http://sambaquinarede2.blogspot.com.br/2010/05/blog-post_4449.html)

Olá a todos!
Nesta postagem vamos debater um assunto que está chamando a atenção de todos, principalmente nas redes sociais. Sugiro que vocês, no mínimo, leiam com atenção o texto motivador, pois é uma leitura que nos leva a refletir de forma profunda sobre o nosso cotidiano.

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Os desafios da ação policial nos grandes centros urbanos em situações de grande tensão, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

As três primeiras redações deixadas no espaço destinado aos comentários serão corrigidas gratuitamente.

Os últimos passos de um camelô de DVDs

O disparo do policial na cabeça de Carlos Augusto Braga foi próximo e certeiro, o camelô porém conseguiu dar alguns passos antes de cair diante uma multidão de vendedores ambulantes, entre os que se encontravam a irmã e a mulher dele. Seus quatro filhos – três próprios e um do casamento anterior da esposa - dependiam da venda de DVDs piratas na rua para sobreviver.

Na noite anterior à sua morte, Braga foi dormir fazendo uma promessa à esposa: "Não vamos mais correr da polícia". O plano do casal de vendedores ambulantes era parar de vender mercadoria e acabar assim com a pressão que sentiam na rua desde que na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab começou a se perseguir o comércio irregular nas ruas com a colaboração de policiais militares na chamada Operação Delegada, em vigor há mais de quatro anos.

"Eu já apanhei muito dos policiais, apanhei grávida, fui presa várias vezes com mercadoria, não dava mais", diz aos prantos Claudine da Silva, a Piauí, sua mulher. "A gente tinha combinado de sair da rua em dezembro, ele me deu uma máquina de costurar, ele ia aprender comigo e íamos vender no atacado e nas lojas. Ele me fez jurar que não ia ficar mais correndo da polícia".

Naquela quinta-feira, Augusto e a mulher levaram suas sacolas da zona Leste, onde moravam, até a rua 12 de Outubro na Lapa, zona Oeste de São Paulo, do outro lado da cidade. Pelo caminho cumprimentaram o Edinaldo, o Magrão, a Dona Ana e seus filhos, e o Isaías, o grande parceiro de Augusto, em cuja defesa ele saiu antes de morrer. Não era o trabalho com o qual sonhavam quando saíram do Estado de Piauí há mais de 10 anos, nem sequer era legalizado, mas tinha funcionado até hoje. “Quando a gente tem filhos, esquecemos de nós mesmos e tentamos dar o melhor para eles”, relatava durante o velório a viúva, mãe de quatro filhos entre cinco e 12 anos. Faltavam apenas uns dias para Augusto começar o curso de costura que ia tirá-lo das calçadas.

Em pleno horário de pico, um trio de policiais rendeu Isaías, um garoto que chegou ao velório do amigo com as pernas ainda tremendo. Segundo os colegas, ele tinha sido perseguido e perdido tantas vezes sua mercadoria que desta vez se revoltou. Os policias o renderam. Mas uma multidão de camelôs, que se protegem e se comportam como família, os cercou. O que gritaram para a polícia não era novo: “Solta ele, solta ele! “Somos todos trabalhadores!”. É o que reivindicam há anos toda vez que são abordados por policiais que os desrespeitam, afirmam. “Há anos somos tratados como lixo”, lamentavam os amigos horas antes do corpo de Augusto ser enterrado no Piauí.

A gritaria ameaçava terminar em confusão assim que Claudine tentou tirar Braga da primeira linha várias vezes. Chegaram a se agachar enquanto o colega Isaías permanecia no chão com uma bota preta no pescoço. Mas Braga, que três dias antes havia feito 30 anos, levantou. Com um movimento rápido tentou pegar o spray de pimenta que segurava o policial que o matou, mas o dedo do oficial já estava no gatilho. "Eu ouvi o disparo ainda de cócoras, não podia acreditar que fosse ele", lembra Claudine. Ela percorreu esses últimos passos largos de Augusto e tentou reanimá-lo quando já estava no chão. "Ele estava engasgado, tentei virar ele, mas não consegui. Não deu, ele só me olhou e foi".

Durante a despedida, em um velório muito simples de Guarulhos, a viúva deu mostra de que dificilmente vai poder cumprir sua promessa de sair das ruas. Mas fez questão de lembrar que “seu amor” estava deixando de cumprir outra: não voltar para o Piauí.

(fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/20/politica/1411175724_941556.html)

12 comentários:

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  3. É cada vez maior o número de mortes relacionadas a abordagem excessiva, principalmente nas apreensões de produtos pirateados. A polícia, que é responsável pelo bem-estar social, causa um paradoxo quando crimes como esses são registrados.
    Consideremos, antes de tudo, que a pirataria feri os diretos autorais, dificulta a economia do país e também, fortalece suas bases que são financiadas por facções, contribuindo com a marginalidade.
    Desse modo, não sendo essa a justificativa plausível para tirar a vida de alguém, a polícia deve tratar cada questão a partir da sua singularidade, pois o seu fundamento está na Constituição e nas normas de ordem pública. Pluralizando os fatos para inibir essa prática nociva, precisamos que todos os produtos sejam acessíveis à maioria da população, e que a empregabilidade esteja em crescente avanço.

    Observação: Professor, fiz a redação no meu caderno. Nele atingi um limite razoável de linhas na introdução, no desenvolvimento e na conclusão. Obedeci e preenchi completamente a linha. Com isso, vejo que eu tenho letras muito grandes. Obrigada!

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    1. Pontos positivos:

      - Apresentação de uma proposta de intervenção.

      Pontos a melhorar:

      - A forma "feri", no segundo parágrafo, foi empregada incorretamente. Você deveria ter escrito "fere";
      - Estude os usos do sinal indicativo de crase, pois você deveria ter escrito "Relacionados à abordagem excessiva";
      - Entendo que sua letra é grande, mas você precisa apresentar mais ideias no seu desenvolvimento.

      nota final: 480

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  4. Isaac Newton também podia ser policial
    Discute-se sobre a ação policial em momentos conflituosos. Fazendo alusão as leis de Newton, mais especificamente a terceira na qual “toda ação gera uma reação”, é possível analisar as inúmeras atitudes policiais e perceber claramente que, às vezes, os têm atitudes errôneas, e outras, quem os provocou gerou uma reação ímpar dos mesmos.
    Primeiramente, é necessário entender a diferença entra a profissão policial e quem exerce a mesma. É comum as pessoas afirmarem que “policial é tudo igual”. Ser policial é exercer uma profissão. O indivíduo que executa este legado que é o bom ou ruim da situação, e pelo fato de existirem alguns policiais despreparados, inconsequentes e que não sabem fazer bom uso de seus artefatos – armas e cassetete, por exemplo–, acabam por manchar toda uma reputação.
    Essa diferença é explícita se lembrarmos das manifestações que ocorreram no primeiro semestre de 2013. Alguns grupos específicos que participaram das manifestações depredaram prédios, lojas, saquearam comércios além de atear fogo em ônibus. É explicito que houve inicialmente uma desordem e para que o caos não se espalhasse, foi necessária uma intervenção drástica da polícia – uso de spray de pimenta, gás lacrimogênio, balas de borracha etc. – para restabelecer o controle e um possível diálogo.
    É fato também que o policial não é “santo” e, às vezes, excede seus limites. O caso mais recente foi da auxiliar de limpeza Cláudia Silva que levou um tiro por carregar uma sacola preta contendo pó de café que, de acordo com o pré-julgamento do policial, poderia ser uma sacola com armas. Muito diferente do fato explicitado no parágrafo anterior, não houve circunstância que justificasse uma atitude drástica.
    Assim, é necessário conter os resquícios da arbitrariedade policial visto ser um cargo que deve ser referência para sociedade. Logo é cabível a existência de treinamentos na qual tenham como objetivo evitar uso de armas. Além disso, leis mais rígidas que dizem respeito às atitudes dos policiais para que não causem a sensação de libertinagem ou impunidade que podem provocar revolta na população e gerar uma retaliação policial e mais uma vez obedecer às leis de Newton e levar ao preconceito existente com esta profissão e seus atuantes.

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    1. Pontos positivos:
      - Boa organização das ideias;
      - Desenvolvimento de ideias claras e objetivas;
      - Ligação das ideias por meio de conectivos.

      Pontos a melhorar:

      - O pronome "os" serve para substituir um objeto direto não um sujeito. Assim, seu uso na quarta linha está equivocado;
      - Tenha atenção em relação ao tamanho do seu texto. Se você conseguir passar esse texto para 30 linhas no caderno, tudo bem. Caso contrário, você pode ter problemas na hora do ENEM.

      Nota final: 880

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  5. No passado alguns autores contratualistas já falavam do papel que deveria ter a força coercitiva sobre a população. Contudo, esse poder executado pela polícia, que detém a capacidade de fazer esse uso de força em defesa do interesse público para manter a segurança do estado, muitas vezes não faz a sua ideal função e acabam oprimindo a população.

    Atualmente, muito se fala sobre essa força de ação policial, sendo mostrado nas mídias sociais e também no meio cultural como pode ser vistos nos filmes do cineasta José Padilha, Tropa de Elite 1 e 2, pois a temática gira em torno da conduta policial, corrupção e segurança pública.

    A situação de violência e ilegalidade nos centros urbanos tem aumentado, podemos citar a capital paulista como exemplo, algumas das ruas famosas por compras e produtos baratos, são frequentemente alvos de policiais, com spray de pimenta, gases tóxicos para conter os vendedores ambulantes. Nas grandes manifestações ocorridas no ano passado também foi demonstrado essa situação com mortes de inocentes.

    O governo deve fazer mais o que está previsto na constituição e ainda assim com um aumento do controle das ações e de seus profissionais. A mídia tem que continuar mostrando para a população os fatos, para poderem ter conhecimentos e reivindicar por mudanças e melhorias na segurança pública. Os desafios são muitos, mas para iniciar a mudança é essencial as academias prepararem cada vez melhor seus profissionais, com treinamentos mais rigorosos e sem o uso de armas de fogo para algumas situações.

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    1. Pontos positivos:

      - Boa organização do texto;
      - Utilização correta de conjunções e adjuntos adverbias;
      - Defesa de um ponto de vista claro.

      Pontos a melhorar:

      - Evite escrever períodos muito longos, como você fez no terceiro parágrafo, pois isso acaba sendo a causa de alguns erros de pontuação e conexão entre as ideias.
      - Você precisa ser um pouco mais objetiva em sua argumentação, já que foi só a partir do terceiro parágrafo que ficou claro o seu ponto de vista e as informações mais importantes.
      - Você melhorou a sua proposta de intervenção. Da próxima vez seja específica do início ao fim! = )

      nota final: 720

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    2. Muito obrigada Fernando, está me ajudando bastante :) parabéns pelo blog!!!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Atualmente os policias brasileiros enfrentam muitas dificuldades nos caóticos grandes centros urbanos. No entanto, devido ao atraso da corporação e aos excessos da lei, estes agentes do governo acabam muitas vezes pondo a segurança das pessoas em risco, quando na verdade deveriam estar assegurando-a.

    Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 2000 pessoas são mortas por ano pela polícia brasileira. Isto ocorre pois enquanto o país vive a era republicana, a estrutura policial continua nos moldes da ditadura, onde o indivíduo é culpado até que prove o contrário. Assim, é facilmente possível encontrar vídeos que mostram policiais atirando em manifestações pacíficas ou senão, inocentes, como o caso do pedreiro Amarildo, que sofrem no domínio de tal corporação.

    No entanto, há outros fatores que levam a estes problemas. Um deles é a atual legislação penal, na qual é admitido diversos crimes sem vítimas. Transformando comerciantes em marginais tratando-os como criminosos e declarando uma espécie de guerra a esses o que, gradualmente, acaba apenas por restringir ainda mais o direito à liberdade de cada um.

    Deste modo é mais do que preciso reformas na estrutura das polícias para adequá-las a atual sociedade democrática. Para isso é preciso diminuir seu poder, retirando o uso de armas de fogo em casos mais leves e extinguir o crime de desacato a autoridade. Além disto é preciso abolir os crimes sem vítimas como o de comércio e serviço irregular, deixando assim os recursos livres para combater os verdadeiros crimes como roubo, assassinato e afins. Pois, somente mudando a mentalidade e objetivo dos agentes da lei é que teremos um serviço mais eficiente e menos agressivo com os cidadães nos caóticos e maravilhosos centros urbanos do Brasil.

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    1. Luan,
      Infelizmente sua redação extrapolou a cota desta postagem. Por isso não farei comentários, mas darei a nota. Fique atento à concordância e aos usos dos pronomes "Este" e "esse".
      Nota final: 920

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