(fonte da imagem: http://www.marxismo.org.br/content/bad-pharma-uma-analise-sobre-industria-farmaceutica)
Olá a todos!
MAIS UMA PROPOSTA DE REDAÇÃO!
Com base
na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão
da língua portuguesa sobre o tema A influência da Indústria Farmacêutica
no diagnóstico de doenças no século XXI, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
AS TRÊS PRIMEIRAS REDAÇÕES POSTADAS NOS COMENTÁRIOS SERÃO CORRIGIDAS GRATUITAMENTE
(fonte: http://biodireitomedicina.wordpress.com/2012/08/14/a-busca-por-medicamentos-contra-doencas-sem-interesse-comercial/industria-farmaceutica/)
Allen
Frances (Nova York, 1942) dirigiu durante anos o Manual Diagnóstico e
Estatístico (DSM), documento que define e descreve as diferentes doenças
mentais. Esse manual, considerado a bíblia dos psiquiatras, é revisado
periodicamente para ser adaptado aos avanços do conhecimento científico.
Frances dirigiu a equipe que redigiu o DSM IV, ao qual se seguiu uma quinta
revisão que ampliou enormemente o número de transtornos patológicos. Em seu livro Saving
Normal (inédito no Brasil), ele faz uma autocrítica e questiona o fato
de a principal referência acadêmica da psiquiatria contribuir para a crescente
medicalização da vida.
Pergunta. No livro, o senhor faz um mea culpa,
mas é ainda mais duro com o trabalho de seus colegas do DSM V. Por quê?
Resposta. Fomos muito conservadores e só introduzimos
[no DSM IV] dois dos 94 novos transtornos mentais sugeridos. Ao acabar, nos
felicitamos, convencidos de que tínhamos feito um bom trabalho. Mas o DSM IV acabou
sendo um dique frágil demais para frear o impulso agressivo e diabolicamente
ardiloso das empresas farmacêuticas no sentido de introduzir novas entidades
patológicas. Não soubemos nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer
médicos, pais e pacientes acreditarem que o transtorno psiquiátrico é algo
muito comum e de fácil solução. O resultado foi uma inflação diagnóstica que
causa muito dano, especialmente na psiquiatria infantil. Agora, a ampliação de
síndromes e patologias no DSM V vai transformar a atual inflação diagnóstica em
hiperinflação.
P. Seremos todos considerados doentes mentais?
R. Algo assim. Há seis anos, encontrei amigos e
colegas que tinham participado da última revisão e os vi tão entusiasmados que
não pude senão recorrer à ironia: vocês ampliaram tanto a lista de patologias,
eu disse a eles, que eu mesmo me reconheço em muitos desses transtornos. Com
frequência me esqueço das coisas, de modo que certamente tenho uma demência em
estágio preliminar; de vez em quando como muito, então provavelmente tenho a
síndrome do comedor compulsivo; e, como quando minha mulher morreu a tristeza
durou mais de uma semana e ainda me dói, devo ter caído em uma depressão. É
absurdo. Criamos um sistema de diagnóstico que transforma problemas cotidianos
e normais da vida em transtornos mentais.
P. Com a colaboração da indústria
farmacêutica...
R. É óbvio. Graças àqueles que
lhes permitiram fazer publicidade de seus produtos, os laboratórios estão
enganando o público, fazendo acreditar que os problemas se resolvem com
comprimidos. Mas não é assim. Os fármacos são necessários e muito úteis em
transtornos mentais severos e persistentes, que provocam uma grande
incapacidade. Mas não ajudam nos problemas cotidianos, pelo contrário: o
excesso de medicação causa mais danos que benefícios. Não existe tratamento
mágico contra o mal-estar.
P. O que propõe para frear essa tendência?
R. Controlar melhor a indústria e educar de novo
os médicos e a sociedade, que aceita de forma muito acrítica as facilidades
oferecidas para se medicar, o que está provocando além do mais a aparição de um
perigosíssimo mercado clandestino de fármacos psiquiátricos. Em meu país, 30%
dos estudantes universitários e 10% dos do ensino médio compram fármacos no
mercado ilegal. Há um tipo de narcótico que cria muita dependência e pode dar
lugar a casos de overdose e morte. Atualmente, já há mais mortes por abuso de
medicamentos do que por consumo de drogas.
P. Em 2009, um estudo realizado na Holanda
concluiu que 34% das crianças entre 5 e 15 anos eram tratadas por hiperatividade
e déficit de atenção. É crível que uma em cada três crianças seja hiperativa?
R. Claro que não. A incidência real está em
torno de 2% a 3% da população infantil e, entretanto, 11% das crianças nos EUA
estão diagnosticadas como tal e, no caso dos adolescentes homens, 20%, sendo
que metade é tratada com fármacos. Outro dado surpreendente: entre as crianças
em tratamento, mais de 10.000 têm menos de três anos! Isso é algo selvagem,
desumano. Os melhores especialistas, aqueles que honestamente ajudaram a
definir a patologia, estão horrorizados. Perdeu-se o controle.
(fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/26/sociedad/1411730295_336861.html)