Olá a todos!
Segue mais uma proposta de redação nos moldes do ENEM. Esta proposta é excelente para a aplicação dos conhecimentos em ciências humanas, especialmente história e geografia, adquiridos ao longo de sua formação. Lembre-se que você precisa apresentar uma PROPOSTA DE INTERVENÇÃO. Bom trabalho!
Com
base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema o papel da diplomacia para
a resolução de crises internacionais no século XXI, apresentando proposta
de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Diplomacia
A análise do conceito de
diplomacia que, quanto a nós, se define do seguinte modo: (a) um instrumento da
política externa, (b) para o estabelecimento e desenvolvimento dos contatos
pacíficos entre os governos de diferentes Estados, (c) pelo emprego de intermediários, (d) mutuamente reconhecidos pelas respectivas partes. A estes
intermediários se chama agentes diplomáticos. Á diplomacia assim entendida
chamamos diplomacia pura para distinguir de todas as outras acepções em que a
palavra diplomacia é frequentemente empregada, e nas quais entram por vezes
elementos que nada têm a ver com a atividade diplomática ou, pelo contrário,
pecam por lhes faltarem algum ou alguns dos elementos essenciais que deixámos
referidos.( MAGALHÃES, J. C. (1995): Diplomacia Pura, Bertrand Editora. P. 90).
“EUA foram longe
demais, e é bom que isso seja dito”
Os Estados
Unidos têm razão em se preocupar com a sua segurança, mas o caso de espionagem contra autoridades brasileiras mostra
que o Washington foi longe demais. É o que afirma o professor do
departamento de política e relações internacionais da universidade Oxford
Andrew Hurrell.
Segundo
Hurrell, ao manifestar o “repúdio” e a “indignação” aos casos de espionagem, durante a abertura da
Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff
deixou claro que os Estados Unidos passaram dos limites. “Penso que é
tremendamente importante que líderes políticos de diferentes partes do mundo
contestem o que está acontecendo”, afirmou Hurrell, um dos principais
convidados do 37º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Ciência Sociais (Anpocs), realizado em Águas de Lindóia, no
interior de São Paulo.
Apesar do
endurecimento do discurso, a fala da presidenta, segundo o especialista, não
muda a relação diplomática, sobretudo comercial, entre os dois países. “A
diplomacia é algo de curto prazo. Mas o mais importante é a diplomacia a médio
e longo prazo. Acho que há uma questão de relacionamento entre Brasil e EUA e
pode ser que este seja um item de inflexão entre os países. Mas não acredito
que seja algo tão sério. A longo prazo o Brasil tem de pensar na forma de
relacionamento que pretende criar. Obviamente, é difícil quando envolve uma
questão de um país tão poderoso como os EUA, mas às vezes é preciso tomar uma
posição clara.” E completa: “A diplomacia é sempre uma mistura de acomodação e
confronto. A questão chave é encontrar um equilíbrio”.
Nos países
do Norte, afirmou o professor, “sempre se fala que os países emergentes estão
fugindo do debate porque falam do que não gostam, mas não propõem
novas ideias". Dilma, durante seu discurso na ONU, ensaiou uma
resposta a esta crítica. “O que se diz é que falta pensamento e
responsabilidade por parte desses países emergentes. Então é muito importante
um país como o Brasil entrar para o debate tentando mudar a agenda exatamente
para propor uma discussão mais ativa.”
Hurrell se
refere à proposta exposta por Dilma Rousseff para o estabelecimento de um marco
civil multilateral das regras da internet. A ideia, segundo ela, é impedir que
a rede seja usada como “arma de guerra”. Hurrell ressaltou, no entanto, que
esse tipo de governança é praticamente inviável em razão das novas tecnologias.
“É impossível governar a internet”. A dificuldade, segundo ele, consiste na
diferença de posição entre os países – na China, por exemplo, a internet é
censurada –, das grandes companhias e dos usuários da rede. “(A regulação) não
pode ser só de Estados. Não dá. Você tem de ter a participação dos grupos da
sociedade civil. Só as grandes companhias tecnológicas têm acesso a esse
conhecimento”, ressalta.
Brics. Convidado a falar sobre o futuro dos Brics
durante o encontro da Anpocs, o professor avaliou o papel de países como
Brasil, Rússia, Índia e África do Sul hoje nos fóruns multilaterais. Ele
criticou tanto os entusiastas que dizem que os Brics “já mudaram o mundo” e os
pessimistas que minimizam o seu papel. “Há os que dizem que os Brics não valem
nada, que há muitas diferenças entre os países e poucos interesses em comum. De
outro lado, há um discurso dizendo que os Brics já mudaram o mundo e que há
agora um novo esquema de poder. Os dois estão errados.”
Para
Hurrell, os países do bloco já contribuíram para “uma mudança sensível” em
termos políticos e diplomáticos. “Antes de uma reunião do G-20, aqueles países
podem ter uma decisão comum ou ao menos se consultar sobre a posição de cada
um. É o que G-7 fez dentro do G20. É um exemplo de um sistema mais plural, mais
aberto. Mas, sozinhos, os Brics não estão mudando o mundo. Por isso precisamos
pensar além dos Brics.” Para ele, a tendência é que países como Irã e Nigéria
passem a participar dos encontros de países emergentes para responder às
demandas de uma relação cada vez mais complexa entre Estados e sociedade civil.
Revolução
e democracia. Para o especialista, um exemplo da
complexidade dessa correlação de forças são os protestos observados pelo mundo.
Segundo ele, o resultado da Primavera Árabe decepcionou quem esperava ver, a
partir do movimento, a transposição entre um sistema autoritário para um
sistema democrático liberal. “Neste sentido, a Primavera Árabe fracassou. Mas
as grandes mudanças não são assim. São mais complexas. As mudanças políticas
são muito indeterminadas. Mesmo se você tem um movimento no sentido
democrático, surgem muitas questões sobre a qualidade e o tipo de democracia.
Ela será mais participativa? Dará ênfase à igualdade econômica? Há a abertura
de uma discussão sobre o que é a democracia e a discussão das questões da
democracia em face de outros sistemas. Há muitas pessoas que não acreditam na
democracia como a única alternativa para o mundo”.
No caso do
Brasil, avalia, os protestos serviram como uma reflexão
do próprio sistema democrático. “Há problemas claros na questão da
representatividade dos partidos do sistema político. Quem está representando
quem? Há também a questão do Estado e a sociedade. Há muitas pessoas pagando
impostos para o Estado e recebendo serviços que não valem tanto. E estão
recorrendo cada vez mais a serviços privados, mesmo quando a economia vai bem.
Se a economia tem um crédito mais estreito, essa relação entre Estado e
sociedade, mais pra frente, enfrentará problemas.”. (Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/internacional/201ceua-foram-longe-demais-e-e-bom-que-isso-seja-dito201d-8885.html)
Caso tenham qualquer dúvida, perguntem, pois terei um grande prazer em respondê-las.
Boa escrita a todos!