Olá a todos!
Muitos estão voltando das férias
escolares nesta semana. Nada melhor que praticar um pouco a escrita com uma
proposta de redação atual.
Considerando que os textos a
seguir são de caráter unicamente motivador, redija um texto
dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:
A baixa produtividade
intelectual em sala de aula: um entrave para o desenvolvimento do Brasil no
século XXI
Um estudo destaca a baixa
produtividade dos professores latino-americanos
“Não é fácil ficar diante de 25
pequenos de 8 anos ou de adolescentes, alguns com smartphones, e mantê-los
atentos durante uma hora. Às vezes a gente não pode nem com os próprios
filhos”, comentou o ministro da Educação do Peru, Jaime Saavedra, sobre a
complexidade de ensinar, na apresentação do relatório Professores Excelentes.
Como Melhorar a Aprendizagem na América Latina e Caribe. Depois da pesquisa em
15.000 salas de aula de sete países latino-americanos, o estudo destaca o
absenteísmo e a “escassa preparação” entre as principais limitações dos
docentes.
Durante o foro regional de
Soluções em Educação para a Excelência dos Professores, a diretora do estudo,
Barbara Bruns, explicou que, segundo os padrões de referência, os docentes têm
de dar aulas no mínimo em 85% do tempo na sala de aula, mas na amostra em
escolas primárias e secundárias as médias mais altas –65% na Colômbia e 64% no
Brasil e Honduras– estão 20% abaixo das boas práticas. Segundo o relatório,
isso “equivale a um dia a menos de instrução por semana”.
Os professores dedicam, em média,
de 25% a 39% do tempo na sala a atividades administrativas e 10% a nenhuma
atividade produtiva, como, por exemplo, chegar tarde, segundo Bruns. Saavedra
disse que no Peru há 50.000 escolas e 30.000 pessoas que cumprem funções
administrativas, incluindo os vigilantes; “Então, em alguns colégios é muito
difícil para um professor trabalhar nessas condições. É preciso lhe dar pessoal
administrativo, e alguma verba para gasto de manutenção da escola ou compra de
materiais”, declarou.
No painel realizado na Pontifícia
Universidade Católica do Peru para comentar o estudo, participaram também a
secretária de Educação Básica do Brasil, Maria Beatriz Luce, o pesquisador e
economista da Universidade Stanford, Eric Hanuschek; e o diretor do Instituto
de políticas Públicas da Universidade Diego Portales, do Chile, Gregory
Elacqua.
O Peru é um dos países da região
com menor porcentual de investimento em educação em relação ao PIB, uma média
de 2,7% nos últimos quatro anos. O ministro Saavedra pôs em contexto as
condições em que trabalham os docentes de seu país. “O déficit de
infraestrutura educativa é de 60 bilhões de soles (mais de 46,8 bilhões de
reais) e no melhor ano deste governo investimos 3 bilhões de soles. Se
continuamos nesse ritmo eliminaremos a brecha em 20 anos.”
Segundo o estudo Professores
Excelentes, cerca de 75% dos professores da América Latina são mulheres, de
posição socioeconômica relativamente baixa e que costumam ser a primeira pessoa
de sua família que obteve formação universitária.
No Peru, Panamá e Uruguai a média
dos professores tem mais de 40 anos. No Peru “20% dos professores tem menos de
35 anos”, observou Saavedra, apontando a necessidade de oferecer melhor
remuneração para poder atrair novos docentes.
Bruns destacou como outro achado
do estudo que no interior de cada escola há grande variação de qualidade e
desempenho dos professores, por isso, é importante a “prática compartilhada” de
boas práticas entre eles, como a que desenvolve o Ginásio Experimental Carioca,
no município do Rio de Janeiro, “com ensino em duplas e tempo para trabalho em
equipe”.
O estudo conclui que os docentes
“fazem uso limitado dos materiais didáticos disponíveis, especialmente a
tecnologia da informação e as comunicações, e em quase um terço do tempo
dedicado a atividades de ensino os professores só usam a lousa”.
Dos países incluídos na amostra,
Honduras e Peru são os que mais investiram na distribuição de um computador
portátil por criança, mas a pesquisa constatou que nesses dois países a
proporção do total do tempo destinado a essa ferramenta foi a mais baixa: 1% no
Peru e menos de 1% em Honduras. Contudo, o estudo não especifica se tais
escolas têm eletricidade e conexão com Internet, uma realidade comum, por
exemplo, em distritos pobres do Peru.
O Banco Mundial também revelou
que os alunos não participam da aula: os professores não conseguem fazer com
que “todos os alunos mantenham a atenção na aprendizagem por mais de 25% do
tempo de aula. Em todos os países, em mais da metade do tempo total da aula há
até cinco alunos que estão desligados”.
Saavedra e Luce concordaram com a
necessidade de os governos oferecerem melhor remuneração aos professores para
atrair profissionais mais competentes. O funcionário peruano lembrou que a
remuneração de hoje é um terço da dos anos 60. A secretária brasileira de
educação básica enfatizou que os professores “são trabalhadores do conhecimento
e buscam o reconhecimento de seus pares”, por isso no Brasil se estabeleceu que
as melhores universidades ofereçam aos docentes programas de educação
continuada.
Por outro lado, os especialistas
Elacqua e Hanuschek comentaram que os professores mais competentes são mal
pagos (sub-remunerados) e as políticas de bônus e aumentos deveriam estar
relacionadas com a avaliação, e não com a antiguidade.
Claudia Costin, diretora de
Educação no Banco Mundial e ex-ministra da Educação no Brasil, afirmou que as
soluções para os problemas nesse campo se resumem a três aspectos:
recrutamento, desenvolvimento e pesquisa, e que o BM pretende promover mais painéis
oferecendo soluções.
As três
primeiras redações postadas nos comentários serão corrigidas gratuitamente!
Boa escrita a todos.