(Fonte: http://www.sakarolha.com/o-que-sao-dst/)
Olá a todos!
A discussão de problemas sociais é um
dos fundamentos do currículo da educação básica em nosso país. O Brasil, que
ainda é um país subdesenvolvido, possui vários desses entraves para o
desenvolvimento e o bem-estar de sua população. Nesse contexto, é importante
que os egressos da educação básica sejam capazes de, além de discutir, propor
propostas de intervenção para questões as quais necessitam de novos caminhos.
Devido a isso, o debate das DST é fundamental.
Enfrentamos
uma verdadeira epidemia de DST há décadas. Apesar de ser um problema grave, não
tem recebido a atenção necessária por parte do governo e da sociedade.
Preconceitos oriundos de visões distorcidas do problema e a falta de uma ação
mais efetiva do Estado parecem ser dois dos principais pilares dessa epidemia.
Considerando
os textos a seguir tem unicamente caráter motivador, redija um texto
dissertativo-argumentativo sobre o tema O
combate contra as DST no Brasil é uma guerra perdida? Apresente uma
proposta de intervenção para o problema.
*As 5 primeiras
redações postadas nos comentários serão corrigidas gratuitamente!
O
controle das DST no Brasil
Nos
últimos anos, principalmente após o inicio da epidemia de aids, as DST
readquiriram importância como problemas de saúde pública. Entretanto, alguns
fatos negativos têm sido percebidos no contexto da atenção às DST em nosso
País:
● são escassos os dados
epidemiológicos relativos às DST; apenas a aids e a sífilis congênita são de notificação compulsória. Entretanto,
raros são os serviços onde a notificação é
realizada de forma sistemática;
● os portadores de DST
continuam sendo discriminados nos vários níveis do sistema de saúde. O
atendimento é muitas vezes inadequado, resultando em segregação e exposição a
situações de constrangimento. Tal se dá, por exemplo, quando os pacientes têm
que expor seus problemas em locais sem privacidade ou a funcionários despreparados
que, muitas vezes, demonstram seus próprios preconceitos ao emitirem juízos de
valor. Essas situações ferem a confidencialidade, discriminam as pessoas com
DST e contribuem para afastá-las dos serviços de saúde;
● a irregularidade na
disponibilização de medicamentos específicos é mais uma das causas de afastamento dos indivíduos com DST dos
serviços de saúde. Isso ocorre por provisão
insuficiente ou pelo uso para tratamento de outras enfermidades;
● para muitas das DST,
as técnicas laboratoriais existentes não apresentam a sensibilidade e/ou a
especificidade satisfatórias. Pouquíssimas unidades são capazes de oferecer
resultados de testes conclusivos no momento da consulta. Soma-se a isso o fato
de que o sistema público de saúde no
Brasil apresenta reduzidas condições para a realização dos testes e frequentemente os técnicos responsáveis estão
desmotivados e/ou despreparados.
A
consequência mais evidente dessa situação de baixa resolutividade dos serviços
é a busca de atendimento em locais nos quais não seja necessário se expor, nem
esperar em longas filas, ou seja: as farmácias comerciais.
As
chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) compreendem um conjunto de
infecções distintas que têm em comum o fato de serem transmitidas pelo contato
sexual. Cada uma das diferentes entidades clínicas que compõe o grupo das DST
apresenta sintomatologia, prognóstico e curso próprio, requerendo estratégias
específicas de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Mesmo
com o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de tratamento, as DST continuam
atingindo um grande número de pessoas, especialmente as mulheres, pelo fato de que
muitas das DST não apresentam sintomas na população feminina. Além disso, as
mulheres experimentam diferentes constrangimentos para o exercício da sua
sexualidade, o que lhes dificulta incorporar práticas de proteção, e os serviços
de atenção à saúde nem sempre estão aptos para lidar com a questão.
Embora
a Organização Mundial de Saúde (OMS) reiteradamente busque estimar a magnitude
das DST globalmente, de modo a fornecer aos governos parâmetros realistas para
o planejamento de suas ações, é difícil conhecer, de fato, a prevalência das
DST no mundo e em cada país, dada a fragilidade e inadequação dos sistemas de
vigilância. No entanto, são relativamente conhecidos alguns dos impactos das DST para a saúde
sexual e reprodutiva de mulheres e homens e alguns dos impactos
sócio-econômicos. Menos estudadas têm sido as repercussões das DST a nível
psicológico,
da subjetividade e da
sexualidade.
Segundo
a OMS, as DST e suas complicações representam uma das dez principais causas de
procura a serviços de saúde em países em desenvolvimento, respondendo por
aproximadamente 17% das perdas econômicas relacionadas ao binômio saúde /
doença.
O
não tratamento ou tratamento inadequado da sífilis em gestantes responde por
25% da natimortalidade e ainda por 14% dos óbitos neonatais. Estima-se que
entre as mulheres que tiveram gonorréia ou infecção por clamídia não tratadas,
de 10% a 40% padecerão de doença inflamatória pélvica (DIP). Mulheres que
tiveram DIP têm uma probabilidade de 06 a 10 vezes maior de ter uma gravidez
ectópica, agravo que, em países não desenvolvidos, contribui com mais de 15%
das mortes maternas.
Existe
também uma importante sinergia entre as DST e a infecção pelo HIV. Portadores do
HIV que também são portadores de alguma DST, por exemplo, apresentam um aumento
da carga viral nas secreções. Além disso, segundo a UNAIDS, órgão das Nações Unidas
responsável pelo enfrentamento da epidemia do HIV em âmbito global, o Herpes
Genital (HSV) pode ser considerado o principal co-fator pela maior proporção de
novas infecções pelo HIV.
Em
que pesem a magnitude e a transcendência das DST e sua importância para a saúde
das mulheres e o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos, o tema das
DST não tem sido incorporado na agenda política do movimento feminista e dos
movimentos que lutam pela saúde das mulheres com o mesmo vigor que outros, como
o aborto, a morte materna e a infecção pelo HIV, embora, como apontado
anteriormente, haja uma profunda conexão entre estes agravos. Aspectos do
manejo político e programático das DST, das suas dimensões simbólicas, da
organização dos serviços e das práticas em saúde podem ser relacionados ao
relativo silêncio que circunda as DST.
(fonte:
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/14_atencaoasdstemmulheres.pdf)